Estudo mostra que saliva de carrapato pode ajudar na cura do câncer
Uma pesquisa brasileira traz novas esperanças para os pacientes que sofrem com câncer. Pesquisadores descobriram que uma substância da saliva de um carrapato pode diminuir os tumores, principalmente melanomas. O estudo do Instituto Butantã mostra que a proteína da glândula salivar do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) tem propriedades anticoagulantes e antitumorais.
Coordenada pela farmacêutica Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, a pesquisa começou em 2003 e está perto de entrar em fase de testes pré-clínicos para comprovar a eficácia e segurança farmacológica do experimento. “A saliva do carrapato possui propriedades tóxicas para células tumorais, sem oferecer risco para as células saudáveis”, explica a pesquisadora.
A patente licenciada pela União Química Indústria Farmacêutica, que financiou o estudo, já foi registrada no Instituto de Propriedade Industrial (INPI). O estudo também está protegido pelo Patent Cooperation Teaty (PCT) e o medicamento deve ser produzido aqui mesmo no Brasil. Segundo o instituto, a pesquisa já apresentou bons resultados em câncer de pâncreas. Agora falta o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a definição sobre os próximos passos.
Quadro do câncer
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que o de pâncreas representa 2% de todos os registros, o que corresponde a mais de nove mil novos casos anualmente. Dos pacientes que contraem a doença, 75% morrem ainda no primeiro ano de tratamento. Cinco anos após o tumor ser detectado, a taxa de mortalidade aumenta para 94%.
Na Europa, 60 mil pessoas são diagnosticadas com a doença anualmente. Embora a incidência ainda seja considerada baixa, ela aumenta com o avanço da idade dos indivíduos.
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