Explicando as dores de cabeça!

Introdução

Dor de cabeça é um sintoma, não uma doença. É raro uma dor de cabeça ser o sintoma de uma doença grave, mas dores de cabeça freqüentes e intensas podem ser exaustivas e afetar a vida cotidiana. A dor de cabeça mais comum é a cefaleia tensional, mas a que mais incomoda é a enxaqueca.

Existem três tipos básicos de dores de cabeça. A dor de cabeça vascular ocorre quando os vasos sanguíneos no cérebro se dilatam e pressionam os nervos, causando dor. 

O segundo tipo é a dor de cabeça de contração muscular, que ocorre quando os músculos da face, nuca ou base do crânio ficam contraídos e pressionados. Uma dor de cabeça tensional é um exemplo de dor de cabeça de contração muscular. A enxaqueca e a dor de cabeça tensional são chamadas de primárias porque elas mesmas são a doença.

O terceiro tipo é a dor de cabeça secundária, nesses casos a dor de cabeça é o resultado de uma infecção ou aumento da pressão dentro do cérebro. As causas variam de doenças relativamente simples, como a sinusite, até doenças mais graves, como os tumores cerebrais.

Neste artigo, examinaremos os três tipos de dores de cabeça. Nas duas seções seguintes iremos fornecer detalhes sobre a enxaqueca.


Enxaquecas: causas e sintomas

Uma teoria sobre a enxaqueca é que ela é causada por uma inflamação do nervo trigêmeo, que enerva a face e o couro cabeludo. A inflamação dos ramos nervosos irrita os vasos que se dilatam. A enxaqueca também tem relação com a serotonina, por isso a enxaqueca e a depressão andam sempre juntas.
As mulheres são mais propensas a enxaquecas do que os homens, e uma certa personalidade do tipo - compulsiva, perfeccionista, e voltada ao sucesso - parece ser mais suscetível a ter enxaquecas. A enxaqueca ocorre junto com a depressão e a ansiedade.

Causas




Um número de fatores físicos e emocionais podem contribuir para as enxaquecas. As enxaquecas podem ser provocadas por uma redução aguda de ingestão de cafeína ou por alergias a certas comidas ou condimentos (entre eles chocolate, café, comidas gordurosas, álcool, frutas cítricas, glutamato monossódico, e nitratos). 

O estresse emocional também pode causar enxaquecas, assim como a bebida alcóolica, fumo, modificação na pressão barométrica, ou uma interrupção na rotina dos hábitos alimentares e do sono (todos os quais podem ser responsáveis pelas dores de cabeça "de fim de semana" de alguns pacientes que sofrem desse mal). Os fatores cíclicos, sazonais, ou emocionais também podem associar-se com a tendência para ter enxaquecas. Há um forte componente hereditário na enxaqueca. Muitas mulheres têm enxaquecas pré-menstruais, mostrando que a situação hormonal se associa à enxaqueca. 


Sintomas


O sintoma predominante da enxaqueca é uma dor de forte intensidade, pulsátil, de um ou ambos os lados da cabeça. Palidez, transpiração, náusea, e sensibilidade à luz e ao barulho vêm junto com a dor. 

Uma sensação de aviso, ou aura, pode indicar uma enxaqueca chegando. Antes de começar a dor, algumas pessoas podem ver luzes brilhantes ou "estrelas cintilantes", e sensação de formigamento nos braços e nas pernas.


Enxaquecas: diagnóstico, tratamento e prevenção

Nós vimos quais as causas e os sintomas da enxaqueca. Agora examinaremos como diagnosticar, tratar, e preveni-la.


Diagnóstico


As enxaquecas são diagnosticadas com dados de história, ou seja, "ouvir o paciente". O exame físico e neurológico na enxaqueca é normal. Assim, história típica e exame físico normal sugerem enxaqueca.



Tratamento

O tratamento da enxaqueca tem três fases: início da dor, dor já instalada e prevenção. 

Na crise aguda de enxaqueca é importante distinguir entre o início da dor e a dor já instalada. No início, a enxaqueca pode ser tratada com analgésicos e derivados do ergot. Na fase de dor instalada os analgésicos não agem tão bem. Nessa fase, os triptanos agem melhor. Entretanto, são medicamentos muito caros.

Prevenção

A prevenção de enxaqueca é possível com vários tipos de medicações. Medicamentos antidepressivos e beta bloqueadores têm sido preventivos nas enxaquecas em muitos pacientes. O paciente deve tomar o medicamento diariamente para impedir que a dor apareça. Não se sabe exatamente como agem os medicamentos para prevenir a enxaqueca, mas eles conseguem impedir o aparecimento da dor e são indicados para os pacientes com dores muito freqüentes e intensas.


Dores de cabeça tensionais

A dor de cabeça tensional ocorre quando os músculos da face, nuca, ou da base do crânio permanecem pressionados por longos períodos de tempo. Elas são mais comuns do que a enxaqueca, porém, mais fáceis de tratar. 



Causas

Uma dor de cabeça tensional normalmente ocorre depois de um acontecimento estressante ou cansaço. A tensão então é traduzida ao desconforto físico muitas vezes com contração da musculatura cervical.

A dor de cabeça tensional também podem ser ocasionada por alterações nos olhos, pescoço, dentes, ou maxilar ou pela postura incorreta - especialmente quando se mantém a cabeça em um ângulo inadequado enquanto se lê, dirige, ou assiste televisão.

Sintomas

O principal sintoma dessas dores de cabeça é uma dor em pressão, que ocorre na região frontal da cabeça. Essa dor constante, porém de leve intensidade, ocorre em ambos os lados da cabeça.

Diagnósticos

A avaliação do disgnósico implica em uma revisão dos eventos que normalmente precedem as dores de cabeça, bem como um exame físico para afastar qualquer outra doença que poderia estar causando essas dores. Um exame psicológico pode ser conduzido também para detectar qualquer problema emocional que esteja contribuindo para as dores de cabeça.


Tratamento

Normalmente o tratamento começa com a eliminação da tensão ou corrigindo problemas físicos que estão causando as dores de cabeça. Os analgésicos, relaxantes musculares, e tranquilizantes podem ocasionalmente ser usados para tratar dores de cabeça de contração muscular. Além disso, medicamentos antidepressivos podem ser eficazes na prevenção de dores de cabeça naqueles indivíduos que sofrem regularmente com elas.

O foco deste artigo é a dor de cabeça associada a infecções e tumores, que é caracterizada por uma sensação de pressão na cabeça.


Dores de cabeça secundárias

As dores de cabeça secundárias são sintomas de uma doença, geralmente associada a infecções e tumores. A dor de cabeça associada à sinusite é semelhante à enxaqueca, sendo do tipo pulsátil ou latejante.

Causas

Congestão e infecção nasal são provavelmente a causa principal deste tipo de dor de cabeça. Os seios nasais se encontram dentro dos ossos faciais. Quando o muco, que normalmente flui livremente pelos seios nasais e drena abaixo da nasofaringe ou fora do nariz, não pode drenar propriamente, ele se reúne no seio nasal e causa a pressão excessiva nos tecidos circundantes, ocasionando a dor de cabeça.

Outras causas das dores de cabeça de forte intensidade incluem o aneurisma cerebral (dilatação nas artérias do cérebro) e os tumores cerebrais. O aneurisma pode não causar dor até que se rompa, entrando sangue no cérebro e comprimindo o tecido cerebral. Tumores cerebrais aumentam a pressão dentro do cérebro, resultando numa dor de cabeça terrível e constante. Alguém que experimenta uma crise inesperada de dor de cabeça intensa ou "a pior dor de cabeça da minha vida" deve procurar um médico imediatamente, porque pode ser um aneurisma.

A febre associada a um resfriado também pode causar dor de cabeça.
Sintomas

A dor associada aos aneurismas é muito forte e aguda e faz a pessoa procurar o médico. Nos tumores, a dor de cabeça é progressiva e vai aumentando de intensidade, sem melhora com o tratamento. 

Diagnósticos

Na sinusite a história do paciente inclui febre, tosse que piora quando ele deita, entupimento do nariz, lacrimejamento. No aneurisma é uma dor muito forte que faz a pessoa procurar um médico dizendo ser a pior dor de cabeça que ela já teve. Nos tumores, a dor é progressiva e não responde ao tratamento. Os tumores causam alterações do exame neurológico e os pacientes apresentam outros sintomas, como convulsões. O diagnóstico é feito pela história, exame físico e, às vezes, exames complementares. O mais utilizado é a tomografia computadorizada.

Tratamento

As dores de cabeça associadas à infecção são tratadas de acordo com as suas causas. Aquelas causadas pela infecção nasal podem ser tratadas com analgésicos, antibióticos para acabar com a infecção, ou anti-histamínicos e descongestionantes nasais que ajudam a drenar os seios faciais. Na dor de cabeça associada ao aneurisma, o paciente é internado para posterior cirurgia. Na cefaleia associada aos tumores cerebrais, a conduta também é cirúrgica. Tanto no aneurisma como nos tumores, a dor de cabeça não é uma doença e sim um sintoma de outra doença mais grave.

Prevenção

A prevenção destas dores de cabeça é às vezes possível se a causa for simples, como uma infecção nasal. Por exemplo, se você sofre de dores de cabeça freqüentes associadas aos seios faciais você deve deixar de fumar. Os fumantes parecem particularmente propensos a infecções nasais. 
A dor de cabeça inflamatória é um pouco diferente da enxaqueca e da dor de cabeça de contração muscular, mas todas as três obviamente têm isso em comum: elas são extremamente doloridas.










O que é fibromialgia !

O termo fibromialgia refere-se a uma condição dolorosa generalizada e crônica. É considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono . No passado, pessoas que apresentavam dor generalizada e uma série de queixas mal definidas não eram levadas muito a sério. Por vezes problemas emocionais eram considerados como fator determinante desse quadro ou então um diagnóstico nebuloso de “fibrosite” era estabelecido. Isso porque acreditava-se que houvesse o envolvimento de um processo inflamatório muscular, daí a terminação “ite”. 

Atualmente sabe-se que a fibromialgia é uma forma de reumatismo associada à da sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso. O termo reumatismo pode ser justificado pelo fato de a fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos. O que não quer dizer que acarrete deformidade física ou outros tipos de sequela.  No entanto a fibromialgia pode prejudicar a qualidade de vida e o desempenho profissional, motivos que plenamente justificam que o paciente seja levado a sério em suas queixas. Como não existem exames complementares que por si só confirmem o diagnóstico, a experiência clínica do profissional que avalia o paciente com fibromialgia é fundamental para o sucesso do tratamento. 

A partir da década de 80 pesquisadores do mundo inteiro têm se interessado pela fibromialgia. Vários estudos foram publicados, inclusive critérios que auxiliam no diagnóstico dessa síndrome, diferenciando-a de outras condições que acarretem dor muscular ou óssea. Esses critérios valorizam a questão da dor generalizada por um período maior que três meses e a presença de pontos dolorosos padronizados. 

Diferentes fatores, isolados ou combinados, podem favorecer as manifestações da fibromialgia, dentre eles doenças graves, traumas emocionais ou físicos e mudanças hormonais. Assim sendo, uma infecção, um episódio de gripe ou um acidente de carro, podem estimular o aparecimento dessa síndrome. Por outro lado, os sintomas de fibromialgia podem provocar alterações no humor e diminuição da atividade física, o que agrava a condição de dor. 

Pesquisas têm também procurado o papel de certos hormônios ou produtos químicos orgânicos que possam influenciar na manifestação da dor, no sono e no humor. Muito se tem estudado sobre o envolvimento na fibromialgia de hormônios e de substâncias que participam da transmissão da dor. Essas pesquisas podem resultar em um melhor entendimento dessa síndrome e portanto proporcionar um tratamento mais efetivo e até mesmo a sua prevenção.


Freqüência na População 

Com base em pesquisas internacionais, a freqüência da fibromialgia é de 1 a 5% na população em geral. Nos serviços de Clínica Médica, essa freqüência é em torno de 5 % e nos pacientes hospitalizados, 7.5%. Na clínica reumatológica, por sua vez, essa síndrome é detectada entre 14% dos atendimentos. No Brasil, alguns trabalhos falam a favor de uma prevalência em torno de 10% da população e salientam a influência de fatores sócio-econômicos. 

A fibromialgia é mais freqüente no sexo feminino, que corresponde a 80% dos casos. 

Em média, a idade do seu início varia entre 29 e 37 anos, sendo a idade de seu diagnóstico entre 34 e 57 anos. Os sintomas de dor, fadiga e distúrbios do sono tendem a instalar-se lentamente na vida adulta, no entanto, 25% dos casos referem apresentar estes sintomas desde a infância. Não se deve esquecer que as manifestações de dor muscular são muito comuns na infância, ocorrendo em torno de 7 % dos casos atendidos no ambulatório de Pediatria Geral. Isso não quer dizer que essas crianças terão evolução para fibromialgia. No entanto, foi descrita a tendência de a fibromialgia ocorrer em mulheres de uma mesma família.

Quadro Clínico Dor musculoesquelética 

A dor muscular é uma manifestação muito freqüente na fibromialgia, podendo ser difusa ou acometer preferencialmente algumas regiões, como o pescoço e os ombros e então propagar-se para outras áreas do corpo. O paciente descreve sua sensação de dor das mais diferentes formas: desde um leve incômodo até uma condição incapacitante. Por vezes relata ardência, dor em pontadas, rigidez, câimbras. Essas manifestações variam de acordo com o horário do dia, intensidade dos esforços físicos realizados, condições climáticas, aspectos emocionais e ligados ao padrão do sono. Apesar de a fibromialgia poder apresentar-se de forma extremamente dolorosa e incapacitante, ela não ocasiona comprometimento das articulações e não causa deformidades. 

Como no exame físico não são encontrados achados característicos, foram propostos em 1990 critérios que são adotados internacionalmente para o diagnóstico da fibromialgia. Esses critérios baseiam-se na presença de dor generalizada e de pontos padronizados que são pesquisados pelo médico. A presença dos pontos dolorosos é o achado primordial do exame físico. Esses pontos são considerados presentes quando, ao serem pressionados pelo médico, o paciente refere dor. 

Apesar de ser bem conhecida do reumatologista, a fibromialgia tem despertado o crescente interesse da classe médica em suas diferentes especialidades. Isso é muito bom, porque as manifestações observadas na fibromialgia também podem estar presentes em outras doenças. Portanto se uma pessoa apresentar queixas de dor muscular por um período maior que três meses consecutivos, aconselha-se que ela procure o seu médico para que o diagnóstico correto seja estabelecido.











Manifestações Associadas 

Manifestações não relacionadas à dor muscular são observadas na fibromialgia, algumas presentes em mais de 50% dos casos. Dessa forma, a fibromialgia pode estar associada à fadiga intensa (síndrome da Fadiga Crônica), à irritação intestinal (síndrome do cólon irritável), à dor de cabeça (cefaleia), a condições que causam o movimento involuntário das pernas durante o sono (síndrome das pernas inquietas) e à presença de irritabilidade na bexiga. Por vezes o paciente relata inchaço das mãos e dedos arroxeados em ambientes frios (fenômeno de Raynaud). 

É muito freqüente o paciente relatar dificuldade para dormir, o que resulta em sonolência diurna. Esse quadro é denominado de sono não restaurador, porque o paciente acorda de manhã cedo com a sensação de que dormiu mal e não descansou durante a noite. 

Não se pode deixar de mencionar as alterações do humor presentes na fibromialgia e que podem resultar em quadros de ansiedade e / ou depressão. Pessoas com fibromialgia ocasionalmente referem diminuição na capacidade de se concentrar e de executar tarefas comuns. Não há evidências de que esses problemas se tornem mais sérios com o decorrer do tempo.

Diagnóstico

 
O diagnóstico de fibromialgia se baseia nas queixas de dor generalizada por um período maior que 3 meses, associada à presença dos pontos dolorosos padronizados. 

Orientações Gerais 

A fibromialgia não deve ser encarada como uma doença que necessita de tratamento, mas sim como uma condição clínica que requer controle. Isso porque, na pessoa predisposta, suas manifestações ocorrem ao longo da vida, na dependência de uma gama de fatores físicos e emocionais. Nesse contexto, as manifestações devem ser tratadas na direta proporção de sua gravidade. 

De uma forma geral a abordagem da fibromialgia repousa em quatro pilares a saber: 

- Exercícios para alongamento e fortalecimento muscular, assim como para condicionamento cardiorrespiratório.
- Técnicas de relaxamento para prevenir espasmos musculares.
- Hábitos saudáveis para melhorar a qualidade de vida e reduzir o estresse.
- Medicações para o controle da dor e dos distúrbios do sono. 


Exercícios 

Exercícios físicos regulares melhoram o tônus muscular, melhoram a sensação de dor e os distúrbios do sono. Isso porque uma série de substâncias são liberadas durante exercícios de baixo impacto de alongamento e fortalecimento muscular, em especial as endorfinas (analgésicas) e somatostatina (promove o trofismo muscular). 

Relaxamento 

Deve-se balancear os períodos de trabalho e lazer, vigília e sono. O relaxamento, não apenas físico, mas também mental é importante na abordagem da fibromialgia. Isso porque se busca quebrar um círculo vicioso constituído por dor, estresse, depressão e distúrbios do sono. 




Educação e hábitos saudáveis 
Os pacientes com fibromialgia devem ter conhecimento pleno de sua condição clínica, uma vez que ela se caracteriza por recidivas intermitentes dos sintomas de dor e fadiga. Dessa forma os sintomas podem ser tratados assim que se manifestam com medidas não medicamentosas e se necessário, com o uso de medicamentos. No sentido de prevenir as manifestações de dor e de depressão, os pacientes com fibromialgia devem buscar hábitos saudáveis e regulares em termos de alimentação, lazer e sono. 

Medicamentos 

Quando necessários devem ser prescritos pelo médico. Isso porque em cada recidiva a fibromialgia pode se manifestar de forma diferente, necessitando de diferente abordagem medicamentosa.

Tratamento Medicamentoso Anti-inflamatórios e aspirina 


Os anti-inflamatórios bloqueiam a ação de prostaglandinas, que são substâncias que veiculam a dor e a inflamação. 

Na fibromialgia os anti-inflamatórios não são muito eficazes, porém auxiliam no controle da dor quando em associação com outros medicamentos. Atuam também em sintomas associados à fibromialgia como a tensão pré-menstrual, cefaleia e dor articular. 

Recomenda-se que os anti-inflamatórios sejam usados na fibromialgia na abordagem de queixas dolorosas mais proeminentes. Quando são prescritos de forma contínua, o paciente deverá fazer controle das células sanguíneas  função hepática e renal periodicamente. Atualmente existem apresentações em gel ou emplastros que podem ser aplicados sobre a pele, no local da dor. 

Os anti-inflamatórios apresentam efeitos colaterais possíveis, em especial quando são usados de forma contínua. Dentre esses destacam-se os efeitos gastrointestinais, a retenção hídrica, toxicidade hepática e renal, sem falar nos fenômenos alérgicos cutâneos e no risco de desencadear crise de asma. 

Antidepressivos tricíclicos 
Os antidepressivos tricíclicos estão disponíveis há mais de 40 anos e constituem a primeira escolha na abordagem da fibromialgia. Trazem benefício a curto prazo, em geral nas duas primeiras semanas de tratamento. 

Os antidepressivos tricíclicos possuem ação analgésica indireta, não causam dependência e não possuem efeito narcótico. Promovem aumento da quantidade de neurotransmissores como serotonina, dopamina e norepinefrina. Isso resulta em aumento na quantidade de sono profundo, favorecimento da transmissão neuronal mediada por serotonina, potencialização da ação analgésica das endorfinas e relaxamento muscular. 

Os antidepressivos tricíclicos e seus derivados mais utilizados no tratamento da fibromialgia são amitriptilina, ciclobenzaprina, imipramina e nortriptilina. Espera-se que o paciente melhore logo no primeiro mês de tratamento, o qual se prolonga por um período de aproximadamente seis meses, após o qual, procura-se reduzir a dose da medicação, até ser possível a sua retirada. 

Dentre os efeitos colaterais destacam-se a sonolência diurna, secura da boca, embaçamento da visão, obstipação. Ganho de peso, retenção hídrica e palpitações ocorrem raramente com o uso de baixas doses de antidepressivos tricíclicos. Os efeitos colaterais podem ser mais proeminentes em idosos. Deve-se ter cuidados especiais ao se administrar essas drogas em crianças abaixo de 12 anos, gestantes e lactantes.

A amitriptilina demora de 2 a 3 horas para agir e seus efeitos duram em torno de 8 horas. Portanto, recomenda-se que essa medicação seja tomada com alguma antecedência ao deitar. As doses recomendadas para se obter alívio da dor, relaxamento muscular e sono restaurador são bem menores que as necessárias para a ação antidepressiva. 

A ciclobenzaprina, também é muito eficiente no controle da dor muscular. Não é propriamente um antidepressivo, mas sua estrutura molecular se assemelha à dos tricíclicos. É considerada um relaxante muscular de ação central; portanto não interfere com a função muscular. Melhora o espasmo muscular, reduz a dor e melhora a motricidade rapidamente, já no primeiro dia de uso. Além disso, apresenta menos efeitos colaterais que os antidepressivos tricíclicos em geral. 

Quando não houver resposta às medicações acima mencionadas, a nortriptilina e a imipramina são recomendadas em casos acompanhados de sintomas depressivos. 


Inibidores da recaptação da serotonina 

Esta modalidade de antidepressivos está disponível desde meados dos anos 80. Promovem aumento da quantidade de serotonina entre os neurônios e, com isto, reduzem a fadiga, melhoram o raciocínio e o ânimo do paciente. Podem atuar também sobre a dor, pois também promovem um modesto aumento nos níveis de endorfinas. 

A trazodona é considerada uma droga inibidora da recaptação da serotonina e antagonista alfa 2. É indicada quando o distúrbio do sono for o sintoma mais proeminente. Apresenta uma forma de atuação diferente da dos antidepressivos tricíclicos, com maior tolerabilidade por parte do paciente e com eficácia clínica comprovada. Reduz o número de despertares intermitentes durante o sono e aumenta a porcentagem de sono profundo durante a noite. 

As drogas inibidoras seletivas da recaptação da serotonina levam de 2 a 3 semanas para começar a agir. Não causam vício e não possuem efeito narcótico. Na fibromialgia, da mesma forma que os antidepressivos tricíclicos, as doses recomendadas de inibidores da recaptação da serotonina são bem menores que as necessárias para a ação antidepressiva. Mesmo em doses baixas possuem ação ansiolítica. 
A fluoxetina é a droga-protótipo desse grupo, mas a sertralina e a paroxetina também podem ser empregadas. Recomenda-se o uso em associação com antidepressivos tricíclicos, mas também podem ser usadas isoladamente, desde que se monitorem seus efeitos sobre o sono. 

Os efeitos colaterais dos inibidores da recaptação da serotonina são agitação, sudorese, palpitação, náusea, perda da libido e ganho de peso. 


Benzodiazepínicos 
Aumentando a quantidade do neurotransmissor ácido gama-amino-butírico, promovem a inibição da transmissão de estímulos excitatórios para o cérebro. Aumentando a quantidade de serotonina, têm efeito analgésico. Assim sendo, os benzodiazepínicos atuam na fibromialgia promovendo relaxamento muscular e diminuindo os movimentos de pernas durante o sono. No entanto, quando usadas de forma contínua, essas drogas podem ter efeito prejudicial sobre o sono, uma vez que inibem a instalação do chamado sono profundo, o que agrava a queixa de sono não restaurador. Além disso, os benzodiazepínicos podem exacerbar sintomas depressivos e promover dependência. 

O clonazepan e o alprazolam são os benzodiazepínicos mais empregados no tratamento da fibromialgia, quando não se obtém resposta com as medicações previamente citadas. Após duas semanas de uso, a dose dessas drogas deve ser diminuída progressivamente. 

Medicações para o sono 

O zolpidem tem sido recomendado na fibromialgia quando os distúrbios do sono não são controlados com o uso de antidepressivos tricíclicos. Isso porque essa droga não altera a estrutura do sono e não interage com outros medicamentos. Apesar de não induzir o vício e de apresentar poucos efeitos colaterais, essa medicação não deve ser utilizada mais que três vezes por semana, pois pode acarretar distúrbios na memória. 
A melatonina constitui um hormônio secretado pela pineal com propriedade de regularizar o sono. Tendo em vista sua eficácia no tratamento dos distúrbios de fase do sono, esse hormônio passou a ser administrado em pacientes com fibromialgia e distúrbios do sono, obtendo-se inclusive melhora das queixas de dor em alguns casos. No entanto, ainda é controversa a sua eficácia na fibromialgia. 

Medicações tópicas
Infiltração dos pontos de dor

A injeção dos pontos de dor com anestésicos tópicos ou corticosteróides é eficaz a curto prazo, porém não é aprovada por todos os especialistas em fibromialgia. Da mesma forma, o bloqueio de raízes nervosas também não é unanimemente aprovado, uma vez que pode resultar em agravamento dos sintomas de dor. 

O uso tópico de capsaicina na forma de gel, creme ou emplastro sobre os pontos de dor, por uma semana, tem efeito comprovado. Essa substância inibe a liberação de substância P, que é um neurotransmissor que veicula a dor. Anti-inflamatórios também podem ser utilizados dessa forma, porém com menor eficácia. 

Miorrelaxantes

São usados como terapia de segunda linha pois não atuam na liberação de endorfinas, no limiar de dor, nos distúrbios do sono ou nos aspectos afetivos envolvidos na fibromialgia. Destacam-se o meprobamato, o carisoprodol, preparações contendo magnésio e ácido málico. 


Analgésicos

Os analgésicos, embora não curativos na fibromialgia, são muito úteis no seu tratamento. Muito dificilmente um remédio analgésico resolverá totalmente a dor em um paciente com fibromialgia. Porém, eles podem reduzir a dor a um ponto que permita aos pacientes realizarem suas tarefas de vida diária e, principalmente, que possam realizar atividade física aeróbica programada. É importante que o paciente entenda o analgésico como parte do tratamento, e não como o tratamento completo. Por outro lado, a subutilização de analgésicos também é freqüente. Comumente os pacientes relatam que só usam a medicação para a dor quando não aguentam mais, quando a dor está insuportável. Isto também é prejudicial, por manter o ciclo de dor-contração muscular. Se os analgésicos forem usados, devem ser utilizados de maneira contínua e em horários pré-programados. Analgésicos simples como acetaminofen (ou paracetamol) devem ser utilizados primeiro; se necessário, analgésicos de ação central como codeína ou tramadol podem ser úteis. 

Derivados de Anticonvulsivantes 
São indicados nos casos mais exuberantes de fibromialgia, nos quais espasmos musculares, amortecimento, formigamento e crises agudas de dor estão presentes. Destacam-se a carbamazepina, fenitoína, ácido valpróico e gabapentina. Esses pacientes devem ser acompanhados com freqüência para se fazer o ajuste da dose e se possível promover a retirada da droga o quanto antes. 

Outras medicações 

O Mexiletene, usado como antiarrítmico tem sido usado com sucesso no controle da dor neuropática do diabetes melitus e também da fibromialgia. 

O baclofen, que atua como antiespástico também pode ser usado para promover o relaxamento muscular na fibromialgia. 

A L-Dopa, usada para o tratamento da doença de Parkinson também pode ser usada no controle de eventos espásticos ocasionalmente presentes na fibromialgia. 

A S adenosil metionina, corresponde a um sal com poder antidepressivo, analgésico e antiinflamatório, utilizado na Europa há 25 anos. 

O uso de precursores de serotonina na fibromialgia se justifica pelos baixos níveis de serotonina constatados nesta entidade. No entanto o benefício do Hidroxitriptofano ou da Calcitonina na fibromialgia é questionável.




Sete alimentos que combatem a ansiedade

Ricos em vitaminas e aminoácidos, eles melhoram a tranquilidade e a disposição!


Está cada vez mais difícil manter a calma? Todo mundo vive dizendo que você é uma pessoa ansiosa? A ansiedade provoca uma bagunça nas emoções e de quebra ainda reflete na saúde. Quando em excesso, ela desencadeia a sensação de mal-estar e te impede de viver a vida com mais leveza, sem tanta angústia em relação ao que ainda está por vir. Os ataques de gula também são creditados a ela. Existem tratamentos e terapias para controlar a ansiedade, mas sabia que a alimentação também pode ajudar a domar este furacão interno? Alguns alimentos contêm aminoácidos e vitaminas essenciais, que atuam diretamente diminuindo o estresse, combatendo a ansiedade e aumentando os níveis de serotonina, responsável pelo bem-estar e pelo relaxamento. A seguir, conheça os sete alimentos campeões para aquietar a mente. 

  
Frutas cítricas: Estudos comprovaram que a vitamina C, presente nas frutas cítricas, diminui a secreção de cortisol, hormônio liberado pela glândula adrenal em resposta ao estresse e à ansiedade e responsável por transmitir a notícia de estresse para todas as partes do corpo. Seu consumo promove o bom funcionamento do sistema nervoso e aumenta a sensação de bem-estar. "Vitaminas e minerais, como a vitamina C, por exemplo, são perdidas nos quadros de estresse e ansiedade, além de queda de açúcar no sangue (hipoglicemia). Por isso, existe a necessidade de suprir essas carências", ressalta a nutricionista Rosana Farah, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade.

 
Leite, ovos e derivados magros: Eles são uma ótima fonte de um tipo de aminoácido, o triptofano, que alivia os sintomas de ansiedade. De acordo com a nutricionista Rosana Farah, uma vez no cérebro, o triptofano aumenta a produção de serotonina, o hormônio da felicidade, que é um neurotransmissor capaz de relaxar e dar sensação de bem-estar. A especialista recomenda o consumo de 2 a 3 porções por dia deste grupo de alimentos.

 

Carboidratos: Os carboidratos, provenientes dos cereais na sua forma simples e integrais, e das frutas mais adocicadas, também podem combater a indesejada ansiedade. "Eles elevam o nível de açúcar no sangue, dando energia, bem-estar e disposição", explica Rosana Farah. Pães, arroz, aveia, feijão, massas, batata, mel, jabuticaba, uvas, maçãs fazem parte deste grupo alimentar. A quantidade recomendada é de 6 a 9 porções diárias.

 
Banana: Um estudo feito por pesquisadores do Instituto de Pesquisas de Alimentos e Nutrição das Filipinas comprovou que esta fruta ajuda no combate da depressão e alivia os sintomas da ansiedade. Graças ao alto teor de triptofano qua a fruta carrega, ajudando na produção de serotonina.



 
Carnes e peixes: Eles são a melhor fonte natural de triptofano, aminoácido que em conjunto com a vitamina B3 e o magnésio produzem serotonina, um neurotransmissor importante no processo do sono, do humor e que regula os níveis de ansiedade. Além disso, as carnes e peixes contêm outro aminoácido chamado taurina. Esta substância aumenta a disponibilidade de um neurotransmissor chamado GABA, que o organismo usa para controlar fisiologicamente a ansiedade. "A recomendação diária em relação às carnes é de 1 a 2 porções, dê sempre preferência às carnes brancas e magras", recomenda a nutricionista Rosana Farah.

 
Chocolate: O chocolate é rico em flavonoides, um tipo de antioxidante que favorece a produção de serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e que melhora o humor, reduzindo a sensação de ansiedade. explica a especialista em nutrição clínica e gastronomia, Rosana Farah. O recomendado são 30 gramas de chocolate por dia. E de preferência ao chocolate amargo, bem menos calórico e mais rico em flavonoides.


 
Espinafre: O espinafre contém folato (ácido fólico), que é uma potente vitamina antidepressiva natural. Segundo a nutricionista Rosana Farah, ele combate a ansiedade, pois quando está em baixas concentrações no organismo também diminui os níveis cerebrais de serotonina. Além disso, segundo um estudo da Universidade da Califórnia, o cérebro consome muita energia para funcionar e isso resulta na sobra de resíduos químicos oxidantes. É neste momento que alimentos, como o espinafre, começam a trabalhar para eliminar as substâncias em excesso, "desenferrujando" o cérebro.



Síndrome do pânico: transtorno de ansiedade gera ataques de medo intenso

Sintomas podem fazer o paciente pensar que está morrendo ou enlouquecendo!

Síndrome do pânico

Ansiedade, medo intenso. Quem tem síndrome do pânico conhece bem a sensação. Durante um surto podem ocorrer palpitações, tremores, calafrios e até falta de ar. Por isso, para se ter uma melhor qualidade de vida, é essencial que o paciente siga um tratamento junto ao médico. 

A sensação é desagradável, mas nem poderia ser diferente. O medo é um estado em que o corpo fica em alerta, geralmente diante de uma ameaça. Essencial para a vida, ele é uma forma de defesa do nosso organismo. O problema é que em algumas pessoas o medo se torna algo incontrolável, provocando ataques de pânico. 

Toda essa reação acontece no cérebro, com uma descarga exagerada de um neurotransmissor chamado noradrenalina. Assim, o paciente é afetado por um medo intenso, como se estivesse em perigo. 


Os sintomas geralmente começam a se manifestar antes dos 25 anos de idade, principalmente em pessoas com características mais inseguras e ansiosas. 

O diagnóstico da síndrome do pânico é feito apenas com base nos sintomas e na história do paciente. Com acompanhamento médico, medicamentos antidepressivos e ansiolíticos podem ser utilizados. 

A maioria das pessoas melhora bastante ao realizar o tratamento, mas infelizmente nem todos conseguem alcançar a cura. É um trabalho árduo, mas o especialista garante: é algo totalmente possível. 


 


Você reconhece os sintomas de depressão?

O corpo pede socorro de muitas formas, o sentimento de tristeza é só uma delas!



Mal compreendida e ainda cercada de preconceito, a depressão aflige muita gente que prefere guardar o silêncio quanto à doença em vez de dividir o problema com os amigos ou as pessoas próximas: dificuldades de relacionamento e baixa autoestima tornam cada dia um obstáculo duro de vencer. Sentir tudo isso na pele dói e, atualmente, mais de 17 milhões de brasileiros sofrem com os sintomas da depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde - no mundo, os números ultrapassam 120 milhões de diagnósticos.

A tristeza profunda é um dos sinais mais conhecidos da doença que, no entanto, provoca muitas outras complicações no corpo, algumas raramente associadas à depressão. Faça o teste e descubra o quanto você conhece sobre o tema e está apto para superá-lo ou para ajudar alguém a sair desse sofrimento. 

1 / 10 1) A tristeza é sempre o primeiro sintoma de depressão?

( )Sim, sempre
(*)Não existe um primeiro sintoma

Pergunta: 1) A tristeza é sempre o primeiro sintoma de depressão?
Parabéns, você acertou esta pergunta.
Sua Resposta: Não existe um primeiro sintoma.

Nota: De acordo com o médico Ricardo Torresan, da Unesp, a depressão traz um conjunto de sintomas e a tristeza nem sempre faz parte deles, apesar de ser bastante comum. "Muitos pacientes não relatam a tristeza, mas a ausência total de sentimentos durante os episódios de depressão", afirma o especialista. A apatia é resultado da queda de serotonina e de noradrenalina na circulação. "Esses neurotransmissores são fundamentais para o sistema límbico, que é a área do cérebro responsável pelas emoções", afirma o psiquiatra Edson Hirata, do Hospital Santa Cruz. Essa falta comunicação pode afetar as emoções como um todo, não apenas os sentimentos positivos.


2 / 10 2) Pessoas depressivas tendem a ficar isoladas?
(*)Sim
( )Não

Pergunta: 2) Pessoas depressivas tendem a ficar isoladas?
Parabéns, você acertou esta pergunta.
Sua Resposta: Sim

Nota: O isolamento social é um sintoma típico da depressão e de outras doenças. "Apatia e falta de vontade para se relacionar podem ser um sintoma de hipotireoidismo, por exemplo", diz Ricardo Torresan.


3 / 10 3) Pessoas sensíveis são alvos mais fáceis de depressão?
( )Sim
(*)Não necessariamente

Pergunta: 3) Pessoas sensíveis são alvos mais fáceis de depressão?
Parabéns, você acertou esta pergunta.
Sua Resposta: Não necessariamente.

Nota: Ser sensível não é fator de risco para a depressão. De acordo com os especialistas, existem muitas outras questões envolvidas, como predisposição genética ou excesso de estresse. Porém, a inversa é verdadeira: pacientes deprimidos queixam-se por se sentirem mais sensíveis aos acontecimentos e por chorarem à toa.

4 / 10 4) A depressão interfere na produtividade profissional?
( )Não, a doença não influencia nisso
(*)Sim pois a pessoa fica mais desconcentrada

Pergunta: 4) A depressão interfere na produtividade profissional?
Parabéns, você acertou esta pergunta.
Sua Resposta: Sim, pois a pessoa fica mais desconcentrada.

Nota: A depressão pode fazer com a pessoa fique mais apática, sem energia e com falta iniciativa para tarefas simples, que antes da doença ela fazia, muitas vezes com prazer. "Esse sentimento chama-se anedonia e é um dos principais sintomas da depressão", alerta o médico Ricardo Torresan. Se a doença chegar a níveis mais avançados, esse sintoma pode evoluir, fazendo com que a pessoa deixe de fazer qualquer tarefa.


5 / 10 5) Pensamentos negativos são um sintoma comum?
( )Não, isso só acontece com quem já é naturalmente pessimista
(*)Sim, qualquer pessoa torna-se pessimista ao ficar deprimida

Pergunta: 5) Pensamentos negativos são um sintoma comum?
Parabéns, você acertou esta pergunta.

Sua Resposta: Sim, qualquer pessoa torna-se pessimista ao ficar deprimida.

Nota: Ricardo Torresan conta que é muito comum as pessoas com depressão relatarem que seus pensamentos são predominantemente negativos e pessimistas. Podem ser ideias de ruína (como se tudo na vida fosse dar errado); de desvalia (a pessoa se sente incapaz, inferior); de culpa (se sentir excessivamente responsável por tudo que não dá certo); e até ideias de morte e suicídio. De acordo com o especialista, pode acontecer de pessoas naturalmente inseguras ou negativas terem esses pensamentos com mais frequência durante um quadro de depressão. "Porém, até mesmo as pessoas mais positivas podem sofrer esse sintoma durante um episódio depressivo", conta Ricardo.


6 / 10 6) A depressão pode causar dores pelo corpo?
(*)Sim
( )Não

Pergunta: 6) A depressão pode causar dores pelo corpo?
Parabéns, você acertou esta pergunta.
Sua Resposta: Sim

Nota: Dores em qualquer parte do corpo aparecem sem mais nem menos. "As dores são consequências das alterações cerebrais causadas pela depressão." O psiquiatra, além dos medicamentos antidepressivos, pode receitar analgésicos.

7 / 10 7) Depressão pode causar distúrbios do sono?
(*)Sim
( )Não, o sono não sofre mudanças

Pergunta: 7) Depressão pode causar distúrbios do sono?
Parabéns, você acertou esta pergunta.
Sua Resposta: Sim

Nota: A depressão é uma doença química, que afeta o trabalho dos neurotransmissores responsáveis pelo controle do sono. Algumas pessoas passam a dormir demais enquanto outras não conseguem pregar o olho de jeito nenhum.


8 / 10 8) Depressão tira o apetite?
(*)Sim
( )Não, pessoas deprimidas compensam a doença comendo mais.
Depende da pessoa.

Pergunta: 8) Depressão tira o apetite?
Parabéns, você acertou esta pergunta.
Sua Resposta: Depende da pessoa.

Nota: A lógica é a mesma dos distúrbios do sono: a depressão pode ou não afetar os neurotransmissores responsáveis pelo controle do apetite. "Por isso é muito comum algumas pessoas com depressão terem episódios em que comem excessivamente, enquanto outras passam longos períodos de jejum", conta o psiquiatra Edson Hirata.

9 / 10 9) Falta de memória pode ser sintoma de depressão?
(*)Sim
( )Não

Parabéns, você acertou esta pergunta
Sua Resposta. Sim
Nota: É muito comum encontrar pacientes com depressão queixarem-se de esquecimento e de dificuldade para se concentrar frente a um desafio intelectual. Tomar decisões também torna-se difícil, já que esses pacientes sofrem de insegurança e têm dificuldade de assumir riscos.

10 / 10 10) A depressão é porta de entrada para outras doenças?
(*)Sim
( )Não

Pergunta 10: 10) A depressão é porta de entrada para outras doenças? 
Parabéns, você acertou!
Sua resposta: Sim

Nota: Entre os problemas que podem ser desencadeados pela depressão estão a perda de libido, maiores riscos de AVC, doenças cardíacas como infarto e piora do diabetes. "Por exemplo, quem tem depressão tem risco 2 vezes maior de desenvolver doença coronariana, infarto do miocardio do que pessoas que nunca tiveram depressão", afirma Edson Hirata.


Atente para sete sinais da depressão!

Confundir a doença com tristeza e personalidade mais fechada atrapalha o tratamento!

A depressão é uma doença que afeta mais de 350 milhões de pessoas de todas as idades, gêneros e etnias, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Embora o risco de ter depressão seja maior entre as pessoas com histórico da doença na família, maus hábitos comportamentais (como dormir pouco e cultivar pensamentos negativos) também podem favorecer uma crise ou agravar ainda mais um quadro já em desenvolvimento.
"Adotar atitudes mais saudáveis protegem seu corpo contra os sintomas da depressão, mas é preciso buscar tratamento depois que a doença se instala", afirma o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, professor doutor do Instituto de Psiquiatria da USP. Um dos principais problemas de quem sofre com este doença é acreditar que ele vai desaparecer por conta própria ou assumir que o mal-estar é permanente e faz parte da personalidade. Nada disso: se você apresentar, ao menos, um dos sinais listados a seguir e achar que ele tem prejudicado a sua rotina, aproveite para procurar um especialista.




Dormir pouco

"A falta do sono é um dos gatilhos para o aparecimento da depressão", afirma o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, professor doutor do Instituto de Psiquiatria da USP. Segundo o especialista, o organismo é regido pelo claro e escuro, ou está programado para a realização de atividades no período diurno e para o repouso no período noturno. "Inverter essa ordem ou reduzir o tempo que deveria ser destinado ao sono provoca desequilíbrios físicos e psicológicos", diz.
Enquanto dorme, o seu corpo libera hormônios, a atividade cerebral sofre alterações e a temperatura varia para permitir um bom desempenho das tarefas ao acordar. Interromper esse ciclo, portanto, pode afetar o metabolismo como um todo e servir de gatilho à depressão. O cuidado especial deve ficar por conta dos mais jovens. "Com uma rotina tão agitada e diante de tantos estímulos, como celular, computador e televisão, o sono tem sido deixado em segundo plano", diz o especialista.

Insônia


Além de favorecer a depressão por privar o corpo do tempo de descanso necessário para a realização de diversos processos fisiológicos, a insônia por si só está ligada a problemas orgânicos ou psíquicos. "As duas principais causas da dificuldade de pegar no sono são produção inadequada de serotonina, substância química que permite a transmissão de informações entre os neurônios, e estresse", diz o psiquiatra Ricardo.
A psiquiatra Eutímia Brandão de Almeida Prado, do Hospital Universitário de Brasília, complementa dizendo ainda que a insônia também é um dos critérios para o diagnóstico da depressão. "As alterações neuroendócrinas que o paciente sofre geralmente afetam sua capacidade de dormir", afirma. O resultado, segundo ela, é um agravamento das alterações de humor.

Sofrimento antecipado

"Sofrer por antecipação pode precipitar um quadro de depressão", afirma a especialista Eutímia. Momentos de ansiedade e de estresse não são restritos a uma ou outra pessoa, mas passar por isso com frequência e cultivar pensamentos pessimistas sobre o futuro pode favorecer o desenvolvimento da doença. Pessoas com essa característica costumam ser insatisfeitas e nem sempre aproveitam plenamente ocasiões de prazer. Enquanto em alguns casos o sofrimento antecipado é decorrente da necessidade de controle sobre o que acontece, típico traço de uma personalidade insegura, em outros ele se torna paralisante, concretizando um problema.

Perda de apetite

Comer não é apenas uma forma de repor as energias perdidas ao longo do dia. "O hábito também está associado à sensação de prazer proporcionada pelo sabor e pela temperatura dos alimentos", afirma o psiquiatra Ricardo. Quem começa a entrar em um quadro depressivo, entretanto, deixa de sentir esse prazer, o que afeta diretamente seu apetite. De acordo com o especialista, são raros os casos em que o paciente passa a sentir mais fome já que a comida não ameniza sua insatisfação.
A psiquiatra Eutímia afirma que isso faz parte de um quatro de anedonia ou incapacidade de sentir prazer. "A perda de apetite é um traço característico, mas a pessoa em depressão não se 
sente motivada a fazer nada daquilo que fazia anteriormente", explica.


Perfeccionismo


Querer as coisas do seu jeito e se apegar aos detalhes mais singelos pode não ser problema, mas quando se torna uma compulsão ou obsessão, pode favorecer a depressão. "Uma pessoa escrava do perfeccionismo sofre quando seu planejamento não dá certo ou não fica, no mínimo, de acordo com o esperado", afirma o psiquiatra Ricardo. Segundo ele, a constante frustração de quem estabelece metas mais altas do que pode alcançar não é saudável. "Seja criterioso com o que faz e veja o fracasso como um aprendizado, e não como um problema".


Variação de humor


"Todos os transtornos depressivos são caracterizados por variações de humor", diz a psiquiatra Eutímia. Na maior parte dos casos, o indivíduo permanece em um estado de tristeza constante, mas, no caso da depressão bipolar, há oscilações entre estados de tristeza e euforia. O diagnóstico de depressão ganha força quando as variações se tornam persistentes e duram mais de 15 dias.
Segundo ela, apenas em uma consulta com um profissional é possível definir se as alterações de humor são normais ou se ornaram uma patologia. "Todos sofremos mudanças de humor ao 
longo do dia, mas quando isso começa a se tornar um fator limitante, ou seja, começa a impedir a realização das tarefas rotineiras, então o quadro precisa de tratamento", afirma.

Solidão


"A solidão se torna um problema quando repercute no desenvolvimento social ou profissional", afirma a psiquiatra Eutímia. Segundo a especialista, algumas pessoas gostam de ficar sozinhas e conseguem tornar esse momento produtivo, o que não caracteriza problema algum. O quadro muda apenas quando você evita situações por precisar interagir ou achar que a segurança do isolamento é sempre melhor do que a 
segurança que ele pode sentir no meio social. O comportamento a armadilha para a depressão e precisa de tratamento.